Você já dormiu com a sensação de nariz entupido, com dificuldades de respirar? Isso é bastante comum para algumas pessoas que lidam com resfriados e gripes, já que a congestão nasal é o principal sintoma dessas doenças respiratórias, ou doenças pulmonares, e obstrui a passagem de ar.
No entanto, outras doenças podem afetar o fluxo de ar, tornando a hora de dormir mais complicada. O cenário você já deve conseguir imaginar: noites mal dormidas, sonolência excessiva, dificuldades em manter a concentração.
Essas doenças, também chamadas de distúrbios respiratórios, em alguns casos, pode ocasionar no ronco e também a apneia do sono, um distúrbio do sono que, quando não tratado da forma correta, pode acarretar em sérios problemas de médio a longo prazo, inclusive a morte.
Mas por que isso acontece? Neste artigo, a CPAPS te explica tudo o que você precisa saber sobre as vias aéreas respiratórias e como o nosso organismo reage quando há algo errado acontecendo.
Descubra como identificar doenças pulmonares
O Hospital Oswaldo Cruz, de São Paulo, classifica como doença pulmonar obstrutiva crônica distúrbios que causam danos nas vias respiratórias, interferindo na troca do oxigênio e gás carbônico nos pulmões. Algumas dessas doenças podem ser crônicas, exigindo tratamento ao longo de toda a vida do paciente para evitar complicações.
Ainda segundo os especialistas, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma das principais causas de mortalidade em todo mundo, sendo a maioria dos casos associados ao tabagismo prolongado. Portanto, quando há ocorrência da doença, é necessário um rápido diagnóstico para o início do tratamento.
Essa recuperação (melhora do quadro do paciente) envolve a mudança de hábitos, como o abandono do cigarro e de bebidas alcoólicas, a reabilitação respiratória (por meio de terapias com ventilação mecânica, como o uso de CPAPs) e a contenção dos sintomas com suporte medicamentoso.
Além disso, obstruções respiratórias podem ser resultado de heranças familiares (sendo necessário o estudo do histórico médico) e anomalias físicas, sendo este último possível de intervenção cirúrgica como solução, dependendo da gravidade do problema. Dentre os principais perigos da DPOC, para além da falta de ar, estão:
- Baixo nível de oxigênio no sangue, dado a dificuldade para respirar propriamente ou ter a respiração interrompida (com episódios de apneia e asfixia);
- Acidificação do sangue, causado pelo acúmulo de dióxido de carbono e que resulta na fadiga excessiva;
- Falha no funcionamento dos órgãos, já que os tecidos não são irrigados propriamente com oxigênio;
- Aumento da pressão arterial, por conta da respiração interrompida constantemente; e
- Maiores riscos do desenvolvimento de acidentes vasculares cerebrais (AVCs).
Essas doenças podem ser causadas por motivos diferentes e apresentar sintomas bastante similares, sendo necessário o auxílio médico para indicar a melhor forma de tratamento. Mas, para você ficar atento à saúde, separamos 5 doenças pulmonares para ficar de olho. Confira!
1. Enfisema pulmonar
O enfisema pulmonar é uma doença degenerativa dos tecidos respiratórios. Ela é causada, principalmente, pelo abuso de substâncias tóxicas ao longo da vida do paciente, como cigarro e álcool.
Em geral, essa doença apresenta sintomas como a falta de fôlego e sensação de falta de ar. A inalação constante da fumaça emitida pelos cigarros, em especial, causa a dificuldade do organismo em respirar o oxigênio suficiente, já que a queima proporciona um aumento dos níveis de dióxido de carbono.
Além disso, a pessoa fumante tem um trato respiratório mais sensibilizado, podendo estar propenso a desenvolver outras doenças respiratórias, já que as defesas na região do nariz e garganta são impactadas pelo tabagismo.
Para o tratamento, são recomendados medicamentos broncodilatadores e anti-inflamatórios. Entretanto, o problema pode persistir caso o paciente mantenha o hábito do fumo.
2. Câncer de pulmão
Provavelmente uma das doenças pulmonares mais graves, o câncer de pulmão é resultado de negligência do sistema respiratório e, também, do abuso de substâncias químicas. Com o tempo, o pulmão torna-se degradado pelo cigarro, que inflama os alvéolos pulmonares e impossibilita a troca gasosa.
Muitas vezes, o diagnóstico é feito somente quando é tarde demais e após anos de consumo de cigarro. E não somente os fumantes podem ser diagnosticados com a doença: fumantes passivos (pessoas que convivem com pessoas que fumam) também são propensos a desenvolver esse problema.
O tratamento do câncer de pulmão irá depender de qual estágio ele for diagnosticado. Geralmente, envolvem terapias respiratórias, quimioterapias e radioterapias para evitar que as células cancerosas se espalhem por outras partes do corpo (metástase). Em alguns casos, podem ser realizados transplantes de pulmão.
3. Pneumonia
A pneumonia é uma infecção que inflama os alvéolos pulmonares, seja em um ou dos dois pulmões, fazendo-os inflamar com líquido ou pus.
Ela pode ser causada por qualquer micro-organismo, seja vírus, bactéria ou fungo, ou pela inalação de produtos tóxicos. Além disso, é transmissível pelo ar, saliva, e transfusões de sangue. No entanto, surtos de pneumonia também estão atrelados às mudanças bruscas de temperatura, sendo mais comuns no inverno.
A pneumonia causa tosse com muco, acompanhada de febre alta, dificuldades de respirar, falta de ar e dor no peito (podendo haver um chiado durante a respiração). O tratamento precisa ser feito rapidamente com antibióticos ou antivirais (dependendo do agente causador), já que pode ser fatal para qualquer pessoa (em especial, crianças e idosos).
4. Embolia pulmonar
Na lista das doenças pulmonares mais graves, a embolia pulmonar sempre está como uma das maiores preocupações dos médicos. Ela pode envolver diferentes fatores: heranças genéticas (passadas de pai para filho), obesidade, tabagismo, dentre outros.
Essa doença é caracterizada pela obstrução de artérias no pulmão, com acúmulo de material sólido trazido por meio da corrente sanguínea. Como resultado, quando não diagnosticado e tratado, o problema pode causar o coágulo de sangue, causando tromboses.
Os sintomas são bastante semelhantes a outros distúrbios respiratórios (com falta de ar, dor no peito e tosse), sendo necessário um tratamento urgente para romper o coágulo e evitar o risco de fatalidades.
5. Asma e bronquite crônica
Provavelmente as doenças pulmonares mais conhecidas, a asma e a bronquite crônica costumam atingir especialmente crianças em fase de desenvolvimento. Nessas condições, as vias aéreas respiratórias ficam inflamadas, estreitas e inchadas, dificultando a respiração ou deixando-a mais acelerada.
Para isso, é aconselhável o uso de inaladores que atuam como broncodilatadores, possibilitando a retomada da respiração em um período de crise. Ambas podem, também, ser resultantes de uma crise aguda. Mudanças de temperatura, exposição à micro-organismos (como vírus e bactérias) e alergias podem propiciar o aparecimento dessas doenças.
Fonte: Hospital Oswaldo Cruz
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