O refluxo é um problema que atinge uma em cada 5 pessoas no Brasil, e, ainda que seja comum, muitos não sabem identificar os sintomas. Geralmente, o refluxo costuma ser uma doença curável e, em casos mais severos, controlável a partir de mudanças de hábitos e um diagnóstico mais aprofundado.
No entanto, estima-se que quem tem apneia do sono relata problemas com refluxo mais frequentemente, já que ambos os problemas impactam a hora de dormir e a rotina durante o dia. Para isso, a CPAPS irá explicar tudo o que você precisa saber sobre a relação entre esses dois fatores, como diferenciá-los e formas de tratamento para você dormir melhor!
Refluxo gastroesofágico: entenda o que é
De acordo com especialistas, o refluxo, também conhecido como refluxo gastroesofágico, é uma inflamação causada no esôfago a partir da acidez do suco gástrico – que tem a função de realizar a digestão de alimentos, tornando mais fácil para o organismo adquirir os nutrientes necessários. Tudo o que não é absorvido, é reunido em um bolo estomacal e eliminado por nós através das fezes.
No entanto, em alguns casos, pode ocorrer do estômago produzir mais desse suco gástrico do que o necessário. Isso prejudica a digestão e, pelo alto pH, também prejudica o revestimento do estômago e do esôfago. Sendo assim, quando esse ácido excessivo entra em contato com as mucosas do esôfago, podemos sentir uma sensação de queimação que percorre até o peito. Isso é o que, popularmente, chamamos de azia.
De forma simplificada, o refluxo recebe esse nome justamente porque o ácido presente no estômago faz esse caminho contrário, o que causa o mal-estar.
Descubra o que causa o problema
Uma das principais causas para o refluxo é a alimentação. Quando ingerimos comidas muito ácidas ou que possuam substâncias mais complexas em sua composição – que exigem mais tempo até o corpo absorver – nosso organismo aumenta a produção do ácido. Laticínios, chocolates, café, bebidas alcoólicas, frituras e carboidratos costumam ser os principais “vilões”.
Contudo, quando começamos a apresentar episódios mais constantes, muitas pessoas acabam descobrindo que são intolerantes a substâncias específicas. Então, a hereditariedade, ou seja, herança genética, pode definir como determinada pessoa consumirá um alimento.
Um exemplo disso é a intolerância à lactose, um tipo de açúcar encontrado exclusivamente no leite e seus derivados, que causam a indigestão nas pessoas que possuem esse tipo de restrição alimentar.
Refluxo: sintomas
- Sensação de queimação no peito;
- Arrotos;
- Tosse seca;
- Refluxo causa falta de ar;
- Náuseas (ou até mesmo vômito);
- Dificuldade para realizar a refeição; e
- Dificuldades para dormir (quando o episódio ocorre no período noturno).
Refluxo pode matar?
Como você viu até aqui, o refluxo é um problema bastante incômodo e, para algumas pessoas, até mesmo incapacitante. No entanto, é um problema capaz de ser tratado após consultas com um médico gastroenterologista.
Quando não tratada, o refluxo pode desencadear outros problemas no sistema digestivo. A gastrite é um deles, caracterizado por feridas na mucosa do estômago (e que chegam até a garganta e a boca, gerando as famosas aftas), causando uma dor aguda e que pode até mesmo impedir a pessoa de se alimentar propriamente. Além disso, a úlcera também pode acometer esses pacientes, que, por fim, é capaz de evoluir para um quadro de câncer no estômago.

Outro fator considerável que atrelado ao refluxo é a broncoaspiração do suco gástrico. Isso ocorre quando, por conta da acidez excessiva, o corpo tenta expelir esse líquido através do vômito. Mas, durante seu caminho, essa secreção acaba indo parar nos pulmões.
Essa condição, entretanto, é bastante rara, especialmente em pessoas adultas. Bebês e crianças, com fase de desenvolvimento, podem lidar com isso mais frequentemente quando estão dormindo. Por isso, é essencial que os pais e a família estejam sempre atentos para os episódios de golfo.
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Refluxo gastroesofágico x Apneia: entenda a relação
A apneia do sono é classificada como interrupções na respiração durante o sono, sendo divididas em diferentes estágios de gravidade. O ronco, sintoma mais comum dessa doença, pode estar atrelado com o refluxo, principalmente caso o paciente tenha se alimentado ou ingerido bebidas alcoólicas.
Isso ocorre porque, quando nos alimentamos, o metabolismo sofre uma alteração em sua velocidade, destinando mais energia e fluxo sanguíneo para a região do estômago que funciona melhor. Essa é uma explicação do motivo pelo qual sentimos maior sonolência após uma refeição.
Já com relação às bebidas alcoólicas, que são depressoras do sistema nervoso, há o relaxamento dos músculos do corpo todo. Sendo assim, também ficamos mais sonolentos, e a probabilidade do ronco acontecer é maior, já que os músculos da garganta e da língua estão menos tensos.
Em ambos os cenários, o refluxo e a apneia do sono podem ocorrer simultaneamente. A primeira, pela digestão mais difícil, e a segunda, pela dificuldade de respirar, impactada também pela digestão.
O refluxo tem cura?
Sim! O tratamento para o refluxo gastroesofágico se dá por meio de alterações no estilo de vida do paciente. Contudo, caso os sintomas não apresentem melhora, o seu médico pode indicar o uso de alguns medicamentos que podem ser utilizados por um grande período de tempo ou apenas para tratar as crises de sintomas.
No entanto, para o tratamento da apneia do sono, o primeiro passo é realizar uma polissonografia basal, um exame que detecta possíveis alterações no sono por meio de sensores colocados sobre a pele, que identificam o registro das ondas cerebrais, o nível de oxigênio no sangue, frequência cardíaca e respiratória, além do movimento dos olhos e das pernas.
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