O ronco, principal sintoma da apneia do sono, acomete cerca de um terço da população em algum período da vida. Estima-se que 30% da população brasileira sofra com o ronco, e, dentre esses, 40% são mulheres posteriormente diagnosticadas com apneia do sono. Apesar de ser mais comum entre os homens, as mulheres também podem sofrer com os sintomas da apneia, principalmente mulheres na menopausa.
Mulheres na menopausa e apneia do sono: entenda como estão relacionadas
Uma pesquisa do Departamento de Psicobiologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) constatou que as mulheres que se encontram no início (climatério) e no período posterior à menopausa (também chamada “pós-menopausa”) estão mais predispostas a desenvolver a apneia do sono.
Isso acontece porque, nesta fase, alguns sintomas como insônia, baixa eficiência do sono, irregularidades respiratórias e ondas de calor, tornam-se mais frequentes. Além disso, durante a menopausa, ocorrem mudanças características no corpo das mulheres, como o aumento da circunferência abdominal. A incidência de apneia mostrou-se maior em voluntárias com cinturas que mediam acima de 87,5 centímetros.
O distúrbio pode acarretar danos à saúde, portanto este fator pode ser um indicativo de que é necessário haver uma mudança nos hábitos alimentares e na vida.
Como essa pesquisa foi realizada?
O estudo contou com a participação voluntária de 407 mulheres, entre 20 e 80 anos, que foram submetidas a exames de polissonografia. Nestes testes são colocados eletrodos na região da cabeça e uma cinta no tórax, que recolhem dados que permitem acompanhar as variações respiratórias, cardíacas e comportamentais que ocorrem durante o sono.
Dentre as mulheres avaliadas, 268 estavam na pré-menopausa, 43 na pós-menopausa recente (até 5 anos após a menopausa) e 95 na menopausa tardia (mais de 5 anos após a menopausa). Por fim, o tipo mais grave de apneia foi detectado no último grupo, com 64,8% dos casos diagnosticados.
Menopausa: outros fatores relacionados ao ronco
Durante a menopausa, a mulher passa por mudanças hormonais determinantes para o desenvolvimento da apneia do sono. A diminuição da produção de estrogênio e progesterona afeta diretamente os músculos do corpo da mulher, incluindo os que se localizam ao redor da garganta. Por estarem mais “fracos”, esses músculos ficam mais relaxados. Então, ficam mais propensos a obstruir as vias aéreas superiores, o que contribui para o desenvolvimento da apneia obstrutiva do sono.
Em alguns casos, mulheres na menopausa passam por tratamentos de reposição hormonal, com o objetivo de reduzir (ou até mesmo eliminar) algumas reações comuns causadas durante a fase, como por exemplo, a sudorese intensa, as mudanças de humor, a queda na libido, e dores de cabeça.
Por isso, é indicado que a mulher na menopausa sempre esteja em dia com médicos especialistas, como ginecologistas e clínicos gerais, para o acompanhamento fluir de forma menos radical e proveitosa. Além disso, caso identificado sintomas adversos, como o ronco, explique ao médico para que seja encaminhado um exame e, então, o tratamento.
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