Se você não sofre com alergias respiratórias, é bem provável que tenha algum familiar, amigo ou conhecido que conviva com algum problema do nicho. Segundo informações divulgadas por especialistas do Hospital Paulista, a partir de dados colhidos pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), as doenças respiratórias atingem 30% da população brasileira.
Além disso, em comparação com os dados mundiais, compartilhados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil conta com uma porcentagem maior de pessoas que sofrem com as alergias, como a rinite e a asma. Afinal, conforme o afirmado pela OMS, 25% da população mundial é acometida por este tipo de problema de saúde.
Contudo, por mais que atinjam muitas pessoas, poucas conhecem realmente os sintomas desses problemas de saúde e como eles podem prejudicar o dia a dia dos acometidos. Esses problemas podem causar falta de ar, espirros, dificultar a prática de atividades simples do cotidiano e, em alguns casos, atrapalhar a qualidade do sono.
Por outro lado, há também a relação entre as doenças respiratórias, o que pode ocasionar uma piora do quadro de sintomas de ambas, como o caso da apneia do sono e as alergias. Neste conteúdo, explicamos melhor o assunto e como as alergias podem piorar ou causar quadros de apneia. Continue a leitura e confira agora mesmo!
Alergias respiratórias: o que são e quais existem
Conforme afirmado por especialistas em saúde, o tipo mais comum de alergias são as respiratórias. Dados afirmam que a rinite alérgica, por exemplo, acomete 25% da população mundial. Enquanto isso, a asma atinge por volta de 20% de crianças e adolescentes. Lembrando que todas elas exigem cuidados específicos.
De forma geral, essas alergias são desencadeadas pelo contato com agentes alérgenos presentes no ambiente. Comumente, esses agentes são o mofo, poeira, pólen, pelos de animais, fumaça, cheiros fortes e até mesmo as fazes de algum inseto. Dessa forma, as crises podem acontecer tanto em ambientes internos quanto externos.
Conheça as principais doenças
Asma alérgica: essa doença é caracterizada principalmente pelo chiado no peito seguido da falta de ar, com uma respiração curta e rápida. Além disso, também pode ocasionar certo desconforto pulmonar e tosse seca. Vale lembrar que esse problema pode ser ocasionado pela exposição a alérgenos e, quando isso acontece, é chamada de asma alérgica ou asma induzida.
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Rinite alérgica: dentre todas as alergias respiratórias, esta é a mais comum. A rinite é caracterizada pela crise de espirros, coceira no nariz, coriza, coceira na garganta, congestão e coceira nos olhos/ouvidos. Comumente, ela se desenvolve a partir dos 4 anos e pode acompanhar a pessoa até idades mais avançadas.
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Sinusite: ela é uma inflamação dos seios paranasais que é comumente ocasionada em associação à rinite alérgica. Geralmente a sinusite leva o paciente a um desconforto extremo, dores de cabeça e na face, olhos lacrimejantes, congestão nasal e coceira na garganta.
+ Qual a relação entre sinusite e apneia do sono?
Bronquite alérgica: este problema pode ser causado por uma série de fatores diferentes, desde o hábito de fumar até a exposição à poeira caseira. Da mesma forma que a asma, ela conta com causadores bem parecidos, embora não haja relação entre elas. Para o tratamento desta doença, é imprescindível que seja feito o diagnóstico do agente alérgico.
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Como diagnosticar as doenças
De acordo com o afirmado pelo American College of Allergy, Asthma and Immunology, cerca de 70% das alergias se desenvolvem antes dos 20 anos de idade, por isso é importante se manter mais atento nesta fase da vida. Porém, vale ressaltar que o aparecimento destes problemas não se restringe apenas à esta idade, tornando o acompanhamento médico e consultas de rotina necessários.
Por isso, ao notar algum dos sintomas comuns, que citamos neste conteúdo, é importante buscar um clínico geral em primeiro momento, que fará o encaminhamento para o alergista ou alergologista. O diagnóstico da doença é feito por meio dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Além disso, também podem ser realizados os testes de alergia, que são feitos em um consultório, de forma a confirmar o problema e qual o agente alérgeno.
Alergias respiratórias causam e agravam a apneia do sono
Segundo uma pesquisa realizada pela Clínica de Imunologia e Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo, as chances de uma pessoa que possui rinite alérgica desenvolver apneia são 1,8 vezes maiores quando comparadas àquelas que não convivem com os problemas respiratórios. O estudo foi feito por meio do exame de polissonografia, que estuda a qualidade do sono do paciente.
Além disso, a análise apontou que os episódios de interrupção respiratória noturna foram mais frequentes e prolongados nos pacientes que apresentaram obstrução nasal – causada pela rinite. Segundo o nosso fisioterapeuta, isso ocorre porque a coriza obstrui as vias aéreas e limita os acessos de ar. “Essa obstrução nasal associada à congestão da rinite é um fator de risco para os distúrbios do sono, como o ronco e apneia do sono”, explica o fisioterapeuta e especialista da CPAPS, Clêdisson Souza.
Por outro lado, a asma também pode ser uma causadora de quadros de apneia do sono. Conforme afirmado por uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, pacientes acometidos com a asma apresentaram um risco 70% maior de desenvolver a apneia do sono quando comparados às pessoas que não conviviam com o problema.
Além disso, vale ressaltar que as alergias respiratórias não são responsáveis apenas por aumentar as chances de desenvolvimento da apneia, elas também podem agravar o quadro da doença. Isso acontece porque essas patologias acarretam em inflamações nas vias aéreas superiores, o que dificulta ainda mais a respiração do paciente. Dessa forma, a apneia e seus sintomas são agravados.
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Qual o tratamento das alergias respiratórias
O primeiro passo, sem sombra de dúvidas, é procurar pelo médico especialista para o diagnóstico correto e, posteriormente, a definição do tratamento dos quadros alérgicos. Conforme afirmado por especialistas, a imunoterapia (vacinas de alergia) é a única maneira de afetar o curso natural dessas doenças.
Contudo, existem também tratamentos paliativos para os quadros alérgicos, visto que eles não têm cura. Em alguns casos, o uso de antialérgicos pode ser a melhor forma de amenizar os sintomas das alergias. Entretanto, os corticoides também podem ser utilizados para o controle dos sintomas de maneira segura e eficaz, apresentando poucos efeitos colaterais.
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Como os apneicos devem lidar com as alergias
O cuidado com a higienização da sua máscara e do seu CPAP deve ser feito regularmente, de forma a não agravar ainda mais as causas de alergias. Além disso, é preciso se atentar à troca regular dos filtros do seu CPAP, pois eles podem acumular microorganismos que potencializam os quadros alérgicos. E vale também utilizar o umidificador para evitar o ressecamento das vias aéreas e atenuar os sintomas.
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