Em 2020, o Brasil se viu desolado com a pandemia da Covid-19, o novo coronavírus. Em 2021, o cenário é ainda pior. Familiares e amigos perdem pessoas queridas todos os dias, com o número de óbitos chegando a mais de 3.600 por dia. E, se não bastasse, novas variantes do vírus circulam cada vez mais, uma vez que a baixa adesão ao distanciamento social e a manutenção da abertura dos comércios faz com que as pessoas se aglomerem, espalhando ainda mais a doença.
Em um momento conflituoso como esse, a ciência ainda tenta descobrir formas de prevenção e tratamento para a doença, que age de forma rápida e faz vítimas em questão de dias. Além da vacina, uma nova fonte de esperança para todo o mundo, o uso de oxigênio e ventiladores mecânicos é urgente para manter pacientes vivos. E, é a partir disso, que os CPAPs e BiPAPs surgem como uma forma de auxiliar durante todo o processo de recuperação.
Como CPAPs e BiPAPs atuam na terapia respiratória
Essenciais no tratamento de doenças como apneia do sono e terapias respiratórias, os CPAPs e BiPAPs ganharam uma nova função durante a pandemia. Eles são formas de ventilação não invasiva, aplicando pressão contínua para pacientes com dificuldades de respirar.
Em uma pesquisa realizada por Mauro Giovanni Carvalho, doutorando em Ciências da Reabilitação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o uso de terapias não invasivas é capaz de reduzir em até 61% a necessidade de intubação de pacientes diagnosticados com a Covid-19.
O método é recomendado pelos fisioteraputas, especialmente, para os pacientes que apresentam pós-extubação difícil, edema agudo pulmonar, doença pulmonar obstrutiva crônica agudizada, crise de asma agudizada, apneia obstrutiva do sono, fadiga muscular respiratória, doenças neuromusculares, disfunção diafragmática e colapsos pulmonares.
Dessa forma, a prática da ventilação não invasiva (VNI) reduz, além das intubações, as mortalidades e custos do tratamento. Esse método, além de ser menos custoso, também é menos doloroso, uma vez que mantém as barreiras de defesa natural, reduzindo a necessidade de sedação e o período de ventilação mecânica. Com isso, evita a intubação orotraqueal e possíveis complicações.
Hipoxemia e oximetria: como é o tratamento da Covid-19
Um dos principais sintomas da Covid-19, em estágios moderados a mais graves, é o baixo nível de oxigênio no sangue. Conhecida como hipoxemia, essa condição é uma das mais críticas nesses pacientes, uma vez que pode levar à insuficiência de órgãos que necessitam do gás para a manutenção.
Os pulmões, coração e cérebro são os que mais dependem do oxigênio para manter funções fundamentais do organismo. Por isso, a maior preocupação durante o tratamento da doença é manter o paciente respirando, e os níveis do sangue no nível normalizado o máximo possível.
Quando se fala em “níveis normais de oxigênio”, pode ser um pouco difícil imaginar um número correto, certeiro. No entanto, com a ajuda de um oxímetro (um pequeno aparelho que fica em clipe no dedo do paciente), é possível observar a saturação do oxigênio no sangue, sem a necessidade de outros exames.
Segundo os especialistas, o nível de saturação ideal é entre 95% e 99%, podendo chegar até 100% em pacientes saudáveis. Quando o oxigênio está abaixo dessa porcentagem, é um alerta de que algo não está certo, e que o paciente precisa ser assistido para que não tenha transtornos decorrentes disso.
Consequências da falta de oxigênio
A falta de oxigênio é uma das pautas mais urgentes do momento. Ele é o componente mais necessário para a sobrevivência, no qual, sem ele, é impossível manter a vida ou recuperar por completo.
Médicos pneumologistas afirmam que, ao faltar oxigênio nas células, perde-se por completo a função delas. Com isso, a consequência é uma falência múltipla dos órgãos. Poucos instantes são necessários para que órgãos fundamentais sejam perdidos.
Uma vez que a Covid-19 causa inflamações no pulmão, isso faz com que o órgão não consiga levar, de forma eficaz o oxigênio respirado, para o restante do corpo.
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Por isso, os métodos de intubação, traqueostomia e ventilação mantém as funções vitais. Enquanto isso, o sistema imunológico do paciente, por meio dos anticorpos, luta pela eliminação do vírus.
Estima-se que, por pelo menos 15 dias, o corpo consiga vencer naturalmente o vírus invasor e se recupere. No entanto, quando em situação mais grave, já hospitalizado, esse paciente necessita do oxigênio para continuar a lutar contra o coronavírus.
Sem ele, as células acabam sem a energia necessária, morrendo, o que leva a um déficit dos órgãos, resultando no óbito da pessoa acometida com a doença.
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