A traqueostomia (TQT) é um procedimento cirúrgico onde ocorre a abertura da parede anterior da traqueia, fazendo uma comunicação da mesma com o meio externo, com o objetivo de dar ao paciente uma possibilidade para respirar.
Este procedimento é indicado quando há acúmulo de secreção traqueal, inativação da musculatura respiratória ou para promover uma via aérea estável em paciente com intubação traqueal prolongada. O método tem aumentado durante a pandemia da Covid-19, uma vez que, quem é acometido pela doença, pode ter complicações respiratórias.
Para que serve a traqueostomia
Especialistas explicam que a traqueostomia serve como uma alternativa segura para que a pessoa consiga respirar por algum meio, já que não há a possibilidade de fazê-lo pelas vias aéreas. Das indicações podemos citar:
- Permitir a ventilação mecânica (VM);
- Liberação de obstrução das vias aéreas;
- Promover higiene brônquica; e
- Permitir a ventilação em paciente com disfunção na musculatura respiratória.
A única contraindicação é para pacientes que tenham alteração homeostática, ou seja, quando o corpo não consegue se manter em equilíbrio com o ambiente, alterando suas propriedades fisiológicas.
A traqueostomia pode ser dividida entre várias finalidades: preventiva (para complementar outros procedimentos cirúrgicos), curativa (situação onde assegura a manutenção da via aérea) e paliativa (para conforto respiratório).
Como é feita a traqueostomia
Para realizar a traqueostomia, o médico especialista realiza uma incisão na traqueia (entre as clavículas). Em seguida, é inserida uma cânula, que gera um canal de passagem de ar.
A escolha da cânula (metálica ou plástica) é realizada antes do procedimento, devendo ser levado em conta a individualidade e necessidades de cada paciente. Assim que for determinado, diversos calibres devem ser colocados na mesa cirúrgica para definir o tamanho correto somente após a exposição da traqueia.
Quanto ao tempo apropriado para a realização, pode ser tanto de urgência como eletiva. E por fim, quanto ao tempo de permanência podem ser temporárias ou definitivas.
Benefícios da traqueostomia
A traqueostomia é um procedimento capaz de promover inúmeros benefícios aos pacientes, devendo ser realizado com as técnicas adequadas e profissionais especializados para evitar complicações.
Quando comparado à intubação orotraqueal, a traqueostomia é benéfica, pois facilita a alimentação do paciente, a higiene brônquica, assim como o retorno precoce da fala e entre outros.
Modos ventilatórios para traqueostomia
A traqueostomia e suas modalidades de ventilação mecânica são definidas de acordo com o que é mais adequado para cada paciente. Com isso, dependerá de suas individualidades clínicas, dos tipos de equipamentos disponíveis, assim como da experiência da equipe multidisciplinar com o manuseio do mesmo.
Assim como qualquer procedimento cirúrgico, a traqueostomia exige cuidados especiais, que podem ser realizados pelo paciente ou por seu cuidador. A aspiração do tubo, por exemplo, pode ser feita pelo cuidador, a fim de que fique livre de secreções e afaste possíveis infecções.
A ventilação mecânica na traqueostomia consiste em oferecer suporte à vida do paciente. Seu objetivo é manter o ciclo respiratório constante, mesmo que não haja espontaneidade na respiração, e assim aconteçam as trocas gasosas adequadamente. Principalmente quando não houver o trabalho da musculatura respiratória.
Na traqueostomia, o suporte ventilatório é invasivo, e ocorre por aparelhos que emitem intermitentemente volumes de ar nas vias aéreas. A indicação varia de acordo com os objetivos almejados. Os principais são:
- Reanimação pós parada cardiorrespiratória;
- Alguns tipos de cirurgia de cabeça e pescoço;
- Insuficiência respiratória em situação de emergência; e
- Pessoas que precisam de respirar por ajuda de aparelhos por um tempo.
Os ciclos respiratórios são controlados pelo ventilador, que contém parâmetros e modos ventilatórios, e que devem ser escolhidos de acordo com a necessidade de cada paciente.
Ventilação mecânica a volume controlado
No modo de ventilação mecânica a volume controlado, tanto a frequência respiratória quanto o volume corrente são contínuos e pré-definidos.
Este modo ventilatório está indicado para pacientes que não conseguem exercer o mínimo ou nenhum esforço respiratório. Sendo ajustado o volume, a pressão e uma pressão de suporte.
Ventilação assistida controlada
Neste modo de ventilação, o equipamento permite um mecanismo misto de disparo, de fase inspiratória por tempo ou por pressão.
A pressão é ativada através do esforço inspiratório do paciente (assistido) e então o tempo de disparo acontece pelo aparelho (controlado), esse mecanismo garante que haja uma frequência mínima.
O ajuste de sensibilidade está presente neste modo e garante o controle do nível de esforço inspiratório, necessário para ativar a fase inspiratória. É indicado quando há drive respiratório, mas inaptidão dos músculos respiratórios.
Ventilação com pressão de suporte
Usado somente quando há drive respiratório do paciente, ele é caracterizado por ser um modo de ventilação espontânea.
Isso significa que o disparo é feito pelo próprio paciente e o ventilador assiste à ventilação através da manutenção da pressão positiva pré-estabelecida.
Pressão positiva contínua nas vias aéreas
Nesta opção, a ventilação ocorre espontaneamente pelo paciente. Porém, há uma pressurização contínua na inspiração e na expiração (CPAP).
Desta forma, o volume corrente vai depender do esforço inspiratório do paciente e de sua mecânica respiratória.
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