Apneia do sono em atletas é um assunto que pouca gente espera encontrar. Afinal, quem vive o esporte costuma ser sinônimo de saúde, energia e noites de descanso profundo.
Mas a realidade pode ser outra. Mesmo com rotinas regradas, muitos atletas enfrentam dificuldades respiratórias durante o sono sem sequer perceber.
Essas pausas noturnas afetam diretamente a qualidade do sono, a recuperação muscular e o desempenho nos treinos e nas competições.
Se você pratica esportes ou conhece alguém que vive em busca de performance, vale a pena entender como esse distúrbio silencioso pode interferir no resultado final.
O que é apneia do sono e por que afeta atletas?
A apneia obstrutiva do sono (AOS) acontece quando as vias respiratórias se bloqueiam parcial ou totalmente durante o sono. Isso interrompe a respiração por alguns segundos — várias vezes ao longo da noite —, afetando diretamente a oxigenação do sangue e fragmentando o descanso profundo.
Estudos apontam que a prevalência da apneia do sono em atletas pode chegar a 78%, especialmente em modalidades como rugby, futebol americano, levantamento de peso e judô. Isso se deve a fatores como:
- Maior massa muscular e circunferência do pescoço
- Anatomia das vias aéreas
- Estresse físico intenso e necessidade de recuperação acelerada
Quer entender melhor o que é apneia do sono? Leia aqui.
Como a apneia do sono compromete o desempenho esportivo
Um sono ruim pode ser tão prejudicial quanto uma lesão. Entenda os principais riscos da apneia para atletas:
1. Recuperação muscular prejudicada
Durante o sono profundo, o corpo regenera tecidos e fortalece os músculos. Quando há apneia, esse ciclo é interrompido. Um estudo publicado no Journal of Sports Sciences mostrou que até mesmo uma noite mal dormida pode reduzir a resistência aeróbica em 20%.
2. Queda no desempenho físico
A oxigenação insuficiente causada pelas pausas respiratórias reduz a capacidade muscular, o que compromete treinos e competições.
3. Alterações hormonais
A liberação de hormônios como testosterona e GH (hormônio do crescimento) ocorre predominantemente à noite. A apneia atrapalha esse processo, afetando a força, resistência e até o humor do atleta.
4. Aumento do risco de lesões
Dormir menos de 7 horas por noite está associado a um risco 1,7 vez maior de lesões. Com a fadiga mental e física, decisões erradas e reflexos lentos se tornam mais frequentes.
5. Prejuízo cognitivo e emocional
O sono tem um papel crucial na memória, foco e regulação emocional. Atletas com apneia podem apresentar irritabilidade, desatenção e queda no desempenho tático.
Como identificar apneia do sono em atletas?
Os sinais nem sempre são óbvios, mas é fundamental ficar atento a sintomas como:
- Roncos intensos e frequentes
- Sonolência diurna
- Dificuldade de concentração
- Sensação de cansaço ao acordar
- Quedas inesperadas no rendimento
A melhor forma de confirmar o diagnóstico é por meio da polissonografia, um exame do sono que avalia o comportamento do corpo durante a noite.
Como funciona a polissonografia. Leia aqui!
O sono de qualidade é o segredo da alta performance
A boa notícia é que a apneia do sono tem tratamento — e o diagnóstico precoce faz toda a diferença. A utilização de aparelhos como o CPAP, aliados a mudanças de hábito e acompanhamento médico, pode transformar o sono e, consequentemente, a vida do atleta.
Dormir bem não é luxo, é parte do treinamento. É durante o sono que o corpo realmente evolui, se adapta e se fortalece. Para quem busca superar limites, investir na qualidade do sono é fundamental.
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