Apneia do sono e casamento: como o distúrbio afeta relações

Um tema que tem sido pauta de muitos estudos é a relação entre apneia do sono e casamento, e o que foi descoberto é que o ronco, principal sintoma da apneia, pode ser causa de divórcio, sim. 

Embora pareça exagero, milhares de casais em todo o mundo vêm optando por dormir separados, ou até romper a relação, por não conseguirem lidar com noites mal dormidas. Essa realidade ganhou até nome: divórcio do sono.

Se você sente que o ronco do seu parceiro ou parceira está atrapalhando seu descanso, sua saúde mental e sua vida amorosa, saiba que não está sozinho. E mais: existe tratamento, diálogo e soluções para que o amor continue, sem abrir mão do sono.

Neste artigo, vamos entender o que está por trás do ronco, qual a relação com a apneia do sono, por que o ronco afeta tanto os relacionamentos, e o que fazer para recuperar a qualidade de vida (e de convivência).

O ronco e seus impactos no casal: quando o barulho vira distância

Um estudo da American Academy of Sleep Medicine mostrou que cerca de 1 em cada 3 casais dormem em quartos separados para melhorar a qualidade do sono. E a principal causa disso é o ronco.

apneia do sono e casamento

Segundo a Superinteressante, o ronco é a terceira maior causa de divórcios no Brasil. A explicação está nos efeitos acumulativos: noites mal dormidas geram irritação, fadiga, falta de paciência, e com o tempo, o distanciamento afetivo.

Um levantamento da plataforma Mute Snoring revelou que 84% dos casais em que uma das partes ronca dizem que isso impacta negativamente a relação. Muitos relatam:

  • Falta de energia e libido;

  • Discussões frequentes pela noite mal dormida;

  • Sentimento de frustração ou culpa por parte de quem ronca.

De acordo com a clínica Irvine Endodontics, ignorar o ronco do parceiro pode parecer um ato de amor, mas a longo prazo causa ressentimento silencioso, que desgasta a intimidade e a comunicação.

O que o ronco pode indicar? Entenda a apneia do sono

Nem todo ronco é sinal de apneia, mas boa parte é. A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um distúrbio respiratório em que a pessoa reduz muito o fluxo de ar ou mesmo para de respirar diversas vezes durante a noite, e cada parada pode durar de 10 segundos a minutos.

A cada interrupção, o cérebro “acorda” o corpo para respirar, provocando microdespertares que interrompem o sono profundo e restaurador.

Além do ronco intenso, outros sintomas da apneia incluem:

  • Sonolência durante o dia;

  • Fadiga constante;

  • Irritabilidade e mudanças de humor;

  • Cefaleia matinal;

  • Problemas de memória e concentração;

  • Redução da libido.

Segundo o portal Kimball Health, muitos desses sinais são percebidos primeiro pelo parceiro, e não pela pessoa que sofre de apneia.

Apneia e casamento: os impactos deste distúrbio na relação

A apneia não afeta apenas o corpo, mas a convivência. Um estudo publicado pela Healthy Sleep Midwest mostrou que a apneia altera a dinâmica emocional do casal.

Entre os principais impactos:

  • Distanciamento afetivo: um parceiro começa a evitar dormir junto, o que pode ser interpretado como rejeição;

  • Queda no desempenho sexual: a fadiga extrema e alterações hormonais provocadas pela apneia afetam a libido;

  • Discussões recorrentes: pelo cansaço, pela tentativa de resolver o problema ou pela resistência em buscar ajuda.

Um dos depoimentos citados pelo DreamSleep.ca resume a sensação:
“A pessoa que amo se transformou em alguém cansado, irritado e distante. E eu me tornei alguém ressentido, por não conseguir dormir ao lado dela.”

O que é o “divórcio do sono” e por que ele tem crescido?

O “divórcio do sono” nada mais é do que a decisão de dormir em camas ou quartos separados. E não se trata necessariamente de falta de amor, mas de uma tentativa de preservar o relacionamento, respeitando as necessidades de sono de cada um.

Especialistas da Weill Cornell Medicine e da Harvard Health defendem que dormir separado pode melhorar a relação, desde que seja uma escolha conjunta e respeitosa.

Entre os principais benefícios, segundo o Comprehensive Sleep Care Center, estão:

  • Redução do estresse noturno;

  • Mais energia e disposição durante o dia;

  • Menos brigas;

  • Melhora na saúde mental e imunológica.

No entanto, o divórcio do sono não deve ser a primeira opção. Antes de dormir separado, é essencial investigar se há uma causa médica, como a apneia, e iniciar o tratamento adequado.

Diagnóstico: como saber se o ronco é apneia?

O exame mais indicado para diagnosticar a apneia é a polissonografia. Ele pode ser feito em clínicas do sono ou até em casa, com equipamentos portáteis.

Durante o exame, são monitorados:

  • Frequência respiratória;

  • Níveis de oxigênio no sangue;

  • Movimento ocular e muscular;

  • Ronco;

  • Batimentos cardíacos.
homem fazendo polissonografia

Com os dados em mãos, o médico especialista consegue classificar a apneia como leve, moderada ou grave, e indicar o tratamento adequado.

Tratamentos para o ronco e a apneia do sono

O tratamento depende da causa e gravidade do quadro. As opções incluem:

1. Mudanças no estilo de vida

  • Emagrecimento;

  • Redução do consumo de álcool;

  • Evitar dormir de barriga para cima;

  • Prática regular de exercícios.

2. Dispositivos orais

Placas intraorais ajustadas por dentistas do sono ajudam a posicionar a mandíbula e ampliar a passagem do ar.

3. Cirurgias

Indicadas em casos de obstruções anatômicas, como desvio de septo ou amígdalas aumentadas.

4. CPAP: o tratamento padrão-ouro

O CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) é considerado o tratamento mais eficaz para a apneia moderada a grave ou mesmo para apneia do sono leve associada a sintomas como sonolência excessiva diurna e pressão alta de difícil controle. O aparelho envia um fluxo contínuo de ar pela máscara, mantendo as vias aéreas abertas durante o sono.

Tipos de CPAP e máscaras: qual é o ideal?

O CPAP não é “um só”. Ele pode ser ajustado às necessidades de cada paciente. Os principais tipos são:

  • CPAP fixo: libera sempre a mesma pressão.

  • CPAP automático (Auto CPAP): ajusta a pressão conforme a necessidade.

  • Bilevel (BiPAP): indicado para casos graves, com duas pressões diferentes (inspiração e expiração).

Já as máscaras variam conforme o perfil respiratório e preferências:

  • Nasal: cobre apenas o nariz.

  • Oronasal: cobre nariz e boca, ideal para quem respira pela boca.

  • Nasal pillow (almofada nasal): minimalista, encaixa direto nas narinas.

A escolha deve ser feita com orientação médica e acompanhamento de especialistas em sono.

E se o parceiro não quiser usar o CPAP?

A resistência ao uso do CPAP é comum. É aí que o apoio do parceiro se torna essencial. Estudos do Sleepopolis mostram que quando o cônjuge participa do processo de adaptação, as chances de sucesso no tratamento aumentam significativamente.

A dica é conversar abertamente sobre os benefícios, mostrar empatia e participar da rotina de uso, inclusive ajudando com a limpeza ou o ajuste do equipamento.

8 dicas para lidar com o ronco do parceiro e proteger o relacionamento

  1. Conversem sem julgamentos: evite reclamações agressivas. Fale sobre como você se sente, não só sobre o som.

  2. Busquem ajuda médica juntos: transformem o problema em um projeto de cuidado mútuo.

  3. Realizem o exame de polissonografia: essa etapa é decisiva para o diagnóstico correto.

  4. Adaptem à rotina noturna: horários regulares de sono, iluminação adequada e evitar telas ajudam ambos.

  5. Usem protetores auriculares (se necessário): em conjunto com o tratamento, podem aliviar a transição.

  6. Seja paciente com o tratamento: o CPAP exige adaptação. Apoie, incentive, normalize o processo.

  7. Reforcem a intimidade de outras formas: dormir em camas separadas não significa abandono afetivo.

  8. Cuidem juntos da saúde: alimentação, exercícios e redução do estresse beneficiam o casal como um todo.

A CPAPS pode ajudar: apoio especializado para o casal

A CPAPS é referência no Brasil no tratamento da apneia do sono. Além de oferecer os melhores modelos de CPAP, máscaras e acessórios, a empresa conta com um time de especialistas preparados para acompanhar o paciente e o casal durante toda a jornada.

Com atendimento personalizado, consultores treinados e conteúdos gratuitos no blog Portal Mundo do Sono, a CPAPS ajuda você a entender o distúrbio, encontrar a solução certa e recuperar o sono tranquilo — e a harmonia conjugal.

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